Paralisia Facial

A paralisia do nervo facial é a neuropatia craniana mais comum. Clinicamente se observa a disfunção da expressão facial. Por muitos anos, a restauração cirúrgica dos movimentos faciais, principalmente da expressão facial, tem sido um grande desafio para os cirurgiões plásticos e microcirurgiões.

A paralisia facial tem várias causas, podendo ser congênita, idiopática, traumática, ou decorrente de sequela de cirurgia oncológica e otite média.

A mais frequente é a paralisia idiopática ou de Bell, como é conhecida. Ocorre devido ao edema do nervo facial no interior do canal ósseo no osso petroso maior.

A paralisia facial de Bell acomete um em cada trinta indivíduos no decorrer de sua vida. Existem trabalhos mostrando que a recuperação ocorre na maioria dos pacientes. Nos demais casos ocorre recuperação parcial com seqüelas importantes e, quanto maior a idade, menor a chance de melhora satisfatória.

As técnicas mais utilizadas atualmente para reanimação da face paralisada são o “Cross-face nerve graft”, a transposição de músculo temporal, a neurorrafia entre o nervo hipoglosso e nervo facial lesado e o transplante microcirúrgico de músculo grácil.

Nossa preferência para paralisias recentes é o “Cross-face nerve graft” com neurorrafia término-lateral. Isto significa a colocação de um ou dois enxertos de nervo sural ligando o nervo facial normal com o nervo paralisado, sem secção em nenhum destes nervos da face.

Nos casos de paralisia antiga utilizamos a transposição ortodrômica do músculo temporal. Assim, para sorrir, o paciente realiza pequeno movimento de mordida, contraindo o músculo temporal e tracionando o canto da boca, realizando movimento de sorriso.

Da mesma forma, em paralisia congênita, utilizamos a transposição ortodrômica do músculo temporal.

Uma das mais graves situações em paralisia facial é a Síndrome de Möebius, um tipo de paralisia congênita bilateral. Nestes casos temos empregado a transposição ortodrômica bilateral do músculo temporal.